A concentração de carbono na atmosfera cresceu em 2024 e atingiu o maior nível já registrado, contribuindo ainda mais com o aquecimento do planeta. O alerta é da Organização Meteorológica Mundial (OMM).
Este é o maior aumento desde o início das medições, em 1957. Se compararmos com os níveis pré-industriais, o crescimento é de 52%. E quanto mais carbono na atmosfera, mais quente fica o planeta. Consequência disso são os eventos extremos, como enchentes, ondas de calor e ciclones, que se tornam mais frequentes e destrutivos.
“Imagine a molécula de CO2 como um pequeno aquecedor que absorve o calor da superfície da Terra e, em seguida, voa pela atmosfera e reemite esse calor. Isso causa um aquecimento maior. Então, quanto mais moléculas tivermos, maior será o impacto no clima” (áudio em inglês com tradução simultânea), destaca Oksana Tarasova, diretora científica sênior da OMM.
Os maiores responsáveis pela emissão de carbono no último ano foram a queima de combustíveis fósseis e os incêndios florestais. No Brasil, 2024 foi um ano crítico com relação às queimadas. A região Norte liderou no número de focos. Os incêndios na Amazônia aumentaram as emissões em 60% no período.
“As maiores áreas desmatadas nos últimos dez anos, quando fizemos a análise, estavam emitindo mais CO2 do que absorvendo. Se você não tem floresta ou se a floresta está estressada, não há absorção além da respiração da floresta” (áudio em inglês com tradução simultânea), explica Tarasova.
Às vésperas do maior encontro climático do planeta, a COP30, o alerta vai na contramão da meta global de redução na emissão de gases de efeito estufa e aumenta a urgência da ação. Mostra a necessidade de intensificarmos os esforços para que seja possível limitar o aquecimento do planeta a 1,5ºC.
