Ferramenta orienta o Ministério das Cidades em projeto de adaptação climática e gestão de desastres
Pesquisadores do Observatório de Lutas Urbanas e Políticas Públicas (OLUPP), da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), desenvolveram o Índice de Riscos Urbanos Climáticos (IRUC), que avalia o risco de desastres relacionados às mudanças climáticas nos 5.570 municípios brasileiros.
A ferramenta está sendo utilizada pelo Ministério das Cidades na seleção dos primeiros 50 municípios que integram o Projeto Adaptação, iniciativa em parceria com o Observatório das Metrópoles para aprimorar políticas urbanas e territoriais frente aos impactos climáticos.
“O IRUC permite identificar onde o risco é mais alto e direcionar recursos e apoio técnico para medidas preventivas e de adaptação urbana”, explica Anderson Kazuo Nakano, professor da Unifesp e coordenador do OLUPP.
O índice combina dados históricos de chuvas intensas, inundações, deslizamentos, ondas de calor e secas, além de informações sobre infraestrutura, vulnerabilidade social e capacidade de gestão pública. Entre 1991 e 2024, os desastres naturais afetaram mais de 66 milhões de pessoas e quase dois milhões de habitações em todo o país, segundo o Atlas Digital de Desastres no Brasil.
O levantamento mostra que oito municípios apresentam risco climático urbano muito alto: Alenquer (PA), Bandeira do Sul (MG), Campo Grande (MS), Coronel Sapucaia (MS), Cuiabá (MT), Ipojuca (PE), Oriximiná (PA) e Padre Carvalho (MG). Outros 603 municípios têm risco alto, 2.154 médio e 2.805 baixo.
Para Henry Tomio Kreniski Maru, geógrafo e pesquisador do OLUPP, a urgência é evidente.
“A adaptação das cidades às emergências climáticas deve ser contínua e pautada pelas justiças social, racial, espacial e ambiental. O tempo de reagir é agora”, reforça.








